segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tostão vale Milhão

Acabo de receber um e-mail no qual fui informado que o Presidente Lula e a Associação dos Campeões Mundiais do Brasil negociam aposentadoria e indenização para os atletas da seleção que ganharam Copas do Mundo. O benefício valeria inicialmente aos ex-jogadores de 1958 e se estenderia, posteriormente, a quem atuou nos Mundiais de 1962, 1970, 1994 e 2002. Reunião na Casa Civil teria discutido as cifras a serem pagas aos campeões.

O valor negociado para cada um seria em torno de mil salários mínimos, no caso da indenização (465 mil reais), e de dez salários mínimos (4.650 reais), o teto da Previdência, para a aposentadoria. A expectativa é de que o anúncio da nova medida seria feito pelo Governo na próxima semana.

Tostão, que defendeu brilhantemente o Brasil na Copa de 1970, diante do conhecimento que tomou sobre o assunto, teria escrito o seguinte:

Na semana passada, ao chegar de férias, soube, sem ainda saber detalhes, que o governo federal vai premiar, com um pouco mais de R$ 400 mil, cada um dos campeões do mundo, pelo Brasil, em todas as Copas.

Não há razão para isso. Podem tirar meu nome da lista, mesmo sabendo que preciso trabalhar durante anos para ganhar essa quantia.

O governo não pode distribuir dinheiro público. Se fosse assim, os campeões de outros esportes teriam o mesmo direito. E os atletas que não foram campeões do mundo, mas que lutaram da mesma forma? Além disso, todos os campeões foram premiados pelos títulos. Após a Copa de 1970, recebemos um bom dinheiro, de acordo com os valores de referência da época.

O que precisa ser feito pelo governo, CBF e clubes por onde atuaram esses atletas é ajudar os que passam por grandes dificuldades, além de criar e aprimorar leis de proteção aos jogadores e suas famílias, como pensões e aposentadorias.


É necessário ainda preparar os atletas em atividade para o futuro, para terem condições técnicas e emocionais de exercer outras atividades. A vida é curta, e a dos atletas, mais ainda.

Alguns vão lembrar e criticar que recebi, junto com os campeões de 1970, um carro Fusca da prefeitura de São Paulo. Na época, o prefeito era Paulo Maluf. Se tivesse a consciência que tenho hoje, não aceitaria. Tinha 23 anos, estava eufórico e achava que era uma grande homenagem.

Ainda bem que a justiça obrigou o prefeito a devolver aos cofres públicos, com o próprio dinheiro, o valor para a compra dos carros. Não foi o único erro que cometi na vida. Sou apenas um cidadão que tenta ser justo e correto. É minha obrigação.

Tostão

Tostão, nosso honorável e exemplar concidadão, está integralmente certo. Inclusive porque a maioria dos nossos campeões mundiais de futebol ganharam ricas rendas em função das concernentes conquistas. A eles cabendo a responsabilidade pelo seu uso bom ou ruim. Ao par do que cabe considerar a todos os nossos eminentes desportistas. Extensivamente a nossos empresários que um dia já foram campeões de vendas...

Cabe aqui questionar em que rubrica contábil o Governo brasileiro classificaria as aludidas "indenizações". Se o orçamento correlato não tem relação com direitos ou perdas trabalhistas ou econômico-financeiros vinculados para com a Fazenda Nacional. Da "grande fazenda" Brasil...

O Governo deve usar com bom senso o erário público. Dignificando todo esforço dos contribuintes a que tenhamos capacidade e patrimônios salutares de sustentabilidade econômica. Com geração de emprego, renda e qualidade de vida social e política em geral. Sem quaisquer proselitismos. Menos ainda em ano eleitoral.

É isto. Nosso Tostão vale milhão. Milhões, milhões...

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